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Entre Homens e Formigas

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Ouvi um questionamento, ontem, sobre a importância do combate à Desigualdade Social, alegando que “cada um deveria fazer por si, correr com seus próprios pés e não depender da Sociedade”. Quando penso em ‘Sociedade’, é difícil enxergar algo como não-natural, já programado dentro de nós. Ao nascermos, já somos colocados em convívio contínuo e nem sou eu quem estou falando: Para Aristóteles, no século III a.C., o homem que não vivesse em sociedade era ‘um bruto ou um deus’, como algo inferior ou superior à condição natural humana. Então, penso nas pequenas formiguinhas dos nossos jardins. Elas, conhecidas e sempre referenciadas como animais que vivem em sociedade, num processo de cooperativismo, nascem ‘operárias’, ‘soldados’, ‘obreiras’ e ‘rainhas’. A incapacidade racional as faz nascer e seguir um instinto que as coloca em determinada casta. É comum associarmos as formigas às histórias e contos motivacionais para nós, com ensinamento de colaboração, de trabalho em equipe e ...

O Desafio das Metas

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Caí numa reflexão: Estipular metas tornou-se tão cotidiano quanto ir ao supermercado. Está intrínseco em nós e nem percebemos. Na escola, desde pequenos, nos foi dado uma meta mínima a ser atingida para que fôssemos aprovados. Em casa, usamos metas de gastos, para que as faturas dos cartões não venham como um grande espanto. Na administração pública, inclusive, há metas de controle da inflação, por exemplo. Nas empresas, então, é algo comum, para a motivação de se atingi-la. E há até metas pessoais que nem percebemos, como ‘acessar as redes sociais por determinado tempo por dia’ ou ‘reduzir a ingestão de alimentos gordurosos’. São inúmeros exemplos que posso citar, mas nestes dias, surgiu uma lista das ‘100 coisas para fazer antes de morrer’. Que me deixou mais aguçado. Confesso que a li e refutei alguns itens, não pela experiência que trariam consigo, mas pelo quesito financeiro por trás deles. Afinal, quero ter o direito de que fazer coisas incríveis antes de morrer e sei q...

Homo Politicus

Criei o hábito de escrever com maior frequência ainda enquanto estava iniciando a faculdade. Com alguns contos e outras tantas crônicas, fui redator de um portal com foco esportivo, com notícias e coberturas de grandes eventos. Apesar de não ter formação acadêmica na área, isto passou a estar presente no meu dia a dia. E por ter afinidade com os assuntos da política, passei também a escrever sobre, buscando sempre informar e deixando um pouco do que pensava. Pois bem. Neste último domingo encerramos, certamente, o período eleitoral mais turbulento da história do nosso país, marcado por uma polarização distinta aos demais períodos vividos. Devemos reconhecer o eleito Jair Messias Bolsonaro como 38º Presidente do Brasil. Por não o considerar com o devido preparo, além de ter um plano de governo frágil e que destoa dos valores que luto, não votei nele. Entretanto, entre recusar o resultado das urnas e acompanhar ativamente seu governo, suas medidas e decisões, eu faço votos de que...

A Justiça é Cega ou se Faz de Desentendida?

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A simbologia, num modo geral, é muito curiosa. Eu, ao menos, sou fanático por querer entender o significado de algumas coisas: O porquê das cores da bandeira do Cazaquistão, o porquê da lamparina à óleo representar a Enfermagem, o porquê da avenida se chamar Assis Figueiredo, e por aí, vai. Desta vez, me peguei querendo ir além sobre o símbolo quem envolta a Justiça. Ao lado da rampa de acesso principal do Supremo Tribunal Federal, encontra-se a icônica escultura intitulada A Justiça, de Alfredo Ceschiatti. Uma mulher, de olhos vendados, simbolizando a divindade da mitologia grega Diké (que na cultura romana, se chama Iustitia), filha de Zeus e Thêmis. Mãe e filha são símbolos da Justiça e carregam, consigo, muitas representações. Sobretudo, o significado das vendas nos olhos remete à imparcialidade nos julgamentos, cabendo ao peso dos fatos, postos sobre a balança, a própria decisão. A beleza e singularidade da simbologia é obscurecida na prática de alguns casos. Sabe qu...

Mudanças: De Heráclito à Belchior

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Um cartão-postal com a escultura de Claire Colinet, intitulada O Pensador, me fez refletir sobre o que estaria, a obra, pensando. Consegui este cartão em uma visita pelo Congresso Nacional, e tal escultura se encontra nos acervos artísticos do Senado Federal. A obra, feita de bronze, se sintetiza em um jovem sobre uma pedra, curvado, com a cabeça encostada em seu joelho esquerdo. Ok, sabemos que é somente uma escultura de bronze, mas permiti-me o ato de imaginar. E senti o que ele sentia. Uma inquietude, misturada à indecisão e angústia. A vontade é de abraçá-lo e dizer que vai passar, que ele encontrará respostas para seu caminho. Queria contar a ele que já me senti tantas vezes perdido e tenho a convicção de que ainda passarei por isto algumas outras vezes. Contar que a vida é feita de constantes mudanças. A mágica da imaginação o fez personificar, e então pude olhar nos seus olhos e lhe dizer sobre dois pensamentos e seus pensadores. Um da Grécia Antiga e outro de Sobral, ...

Por Cidades Mais Verdes

Digo, tranquilamente, que precisamos olhar para o futuro de nossas cidades. E me incluo nesta. Numa espécie de vício, misturado ao contexto atual, passamos a considerar temas de médio e longo prazo como desnecessários para o debate. Um exemplo claro: Estava conversando com um sujeito (que usualmente chamaremos de José), microempresário em uma cidade do interior. É casado e possui três filhos, dois adolescentes e a mais velha estudando na faculdade. José sofre todos os meses para pagar as despesas de casa, além de se esforçar muito para que seu negócio pague ao menos os custos. E José, assim como todos nós, envelhece a cada ano que passa. Para ele, é mais importante que haja uma discussão acerca da economia, como de incentivos e redução de impostos, do que um debate sobre investimentos na área de Ciências e Tecnologia. Isto é comum em vários temas, como é o caso do Meio-Ambiente. Cria-se uma sensação de antagonismo entre questões econômicas e questões ambientais. Um conceito fal...

Primeiro Turno: O Voto de Representatividade

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No próximo domingo, vamos às urnas escolher nossos representantes, que assumirão seus postos a partir de 1º de janeiro de 2019, nos Poderes Legislativo e Executivo do âmbito Estadual e Federal. Mas, convenhamos que há uma sensação diferente para a Eleição 2018: Uma miscelânea de tensão pelo futuro com anseios por mudança e, por vezes, ausência de esperança. E por isso, meu maior desejo é de que as pessoas encarem seus votos como um ‘Voto de Representatividade’, afinal é o que os eleitos farão: Nos representarão! Quero falar sobre as funções de cada cargo, número de eleitos e o sistema eleitoral que rege cada. Mas, antes, é preciso falar sobre a importância do Voto Válido. O voto, no Brasil, é obrigatório para os cidadãos entre 18 e 70 anos (e facultativo aos que tiverem entre 16 e 18 ou mais de 70 anos). Neste ano, serão mais de 147 milhões de eleitores em todo o país, que poderão escolher seus representantes na Assembleia Legislativa (Deputados Estaduais), Congresso Nacional (...