Por Cidades Mais Verdes



Digo, tranquilamente, que precisamos olhar para o futuro de nossas cidades. E me incluo nesta. Numa espécie de vício, misturado ao contexto atual, passamos a considerar temas de médio e longo prazo como desnecessários para o debate. Um exemplo claro: Estava conversando com um sujeito (que usualmente chamaremos de José), microempresário em uma cidade do interior. É casado e possui três filhos, dois adolescentes e a mais velha estudando na faculdade. José sofre todos os meses para pagar as despesas de casa, além de se esforçar muito para que seu negócio pague ao menos os custos. E José, assim como todos nós, envelhece a cada ano que passa. Para ele, é mais importante que haja uma discussão acerca da economia, como de incentivos e redução de impostos, do que um debate sobre investimentos na área de Ciências e Tecnologia.

Isto é comum em vários temas, como é o caso do Meio-Ambiente. Cria-se uma sensação de antagonismo entre questões econômicas e questões ambientais. Um conceito falacioso de que políticas públicas que foquem neste tema atrapalharia o desenvolvimento econômico, ao passo em que uma cidade que trate a pauta ambiental com o devido valor é capaz de prevenir alagamentos e desmoronamentos em período de chuva, de escassez no abastecimento de água e queimadas em períodos mais secos, além da concentração de poluentes na atmosfera.

Estive, recentemente, a convite do vereador poços-caldense Lucas Arruda, no Simpósio para elaboração do Plano Diretor de Arborização Urbana do município e saí de lá com duas reflexões: 1) Como é importante fomentar o diálogo com a população, que são atores diretamente envolvidos neste tema. Além da presença de representantes de entidades e instituições, passíveis da colaboração sobre o tema, era notável a presença de estudantes das diversas instituições de ensino superior da cidade, o que permite, mesmo que na teoria, a aproximação e diálogo com ideias mais criativas e, ao mesmo tempo, técnicas. 2) Um tema como este deve ser, sim, levado em conta, para que haja um desenvolvimento econômico almejado, com avanços sustentáveis. Esta palavra, por vezes, é interpretada como um modo de aumentar os custos e dificultar a oferta, sendo que está mais ligada aos impactos socioambientais gerados.

A arborização estruturada e planejada de uma cidade, auxilia na prevenção de alagamentos, com a maior absorção de água, torna-a mais refrescante e arejada em dias de temperaturas elevadas, e a deixa muito mais bela visualmente, sendo um atrativo para investidores externos. Plantar uma árvore, hoje, não é uma atitude imediatista como são os anseios da população e é por isso que devemos colocar este tema em pauta, buscando conscientização dos efeitos no ‘amanhã’.

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