Entre Homens e Formigas
Ouvi
um questionamento, ontem, sobre a importância do combate à Desigualdade Social,
alegando que “cada um deveria fazer por si, correr com seus próprios pés e não
depender da Sociedade”. Quando penso em ‘Sociedade’, é difícil enxergar algo
como não-natural, já programado dentro de nós. Ao nascermos, já somos colocados
em convívio contínuo e nem sou eu quem estou falando: Para Aristóteles, no
século III a.C., o homem que não vivesse em sociedade era ‘um bruto ou um
deus’, como algo inferior ou superior à condição natural humana. 
Então,
penso nas pequenas formiguinhas dos nossos jardins. Elas, conhecidas e sempre
referenciadas como animais que vivem em sociedade, num processo de
cooperativismo, nascem ‘operárias’, ‘soldados’, ‘obreiras’ e ‘rainhas’. A
incapacidade racional as faz nascer e seguir um instinto que as coloca em
determinada casta. 
É
comum associarmos as formigas às histórias e contos motivacionais para nós, com
ensinamento de colaboração, de trabalho em equipe e de resiliência. Mas são
capazes, também, de gerar uma reflexão quase que antagônica: O de questionar
quem somos na nossa sociedade. Temos o direito de lutarmos e trilharmos os
nossos caminhos.

E é
aí que a Justiça Social se faz importante e necessária. Afinal, é fácil falar
de ‘correr com os próprios pés’ ou de ‘meritocracia’ quando não se coloca no
lugar do outro, pois não se enxerga os degraus que os diferenciam. É fácil
querer ser a rainha, já sendo rainha, mas querer ser a rainha sendo uma
operária complica. Por isso, Políticas Públicas voltadas para o combate à
Desigualdade Social, independente do ideal econômico vigente nos governos, são
cruciais. Por natureza, somos sociais, entendemos nossa condição racional e
somos capazes de fazer a diferença, numa constante evolução. 
 
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