A Justiça é Cega ou se Faz de Desentendida?
A
simbologia, num modo geral, é muito curiosa. Eu, ao menos, sou fanático por
querer entender o significado de algumas coisas: O porquê das cores da bandeira
do Cazaquistão, o porquê da lamparina à óleo representar a Enfermagem, o porquê
da avenida se chamar Assis Figueiredo, e por aí, vai. Desta vez, me peguei
querendo ir além sobre o símbolo quem envolta a Justiça.
Ao
lado da rampa de acesso principal do Supremo Tribunal Federal, encontra-se a
icônica escultura intitulada A Justiça, de Alfredo Ceschiatti. Uma mulher, de
olhos vendados, simbolizando a divindade da mitologia grega Diké (que na
cultura romana, se chama Iustitia), filha de Zeus e Thêmis. Mãe e filha são
símbolos da Justiça e carregam, consigo, muitas representações. Sobretudo, o
significado das vendas nos olhos remete à imparcialidade nos julgamentos,
cabendo ao peso dos fatos, postos sobre a balança, a própria decisão.
A
beleza e singularidade da simbologia é obscurecida na prática de alguns casos. Sabe
quando vemos um caso, como de Amarildo ou Marielle Franco, sem respostas e isto
soa como ‘corriqueiro’? Ou ainda quando temos noticiado casos e mais casos de
corrupção na política nacional e estes, seguem impunes? Vou além: É difícil
imaginar um tratamento desigual da polícia entre um jovem negro, morador de
bairro periférico e um jovem branco, filho de empresário (ou latifundiário ou
deputado ou desembargador ou etc), morador de condomínio fechado? Me pego
olhando para Diké e não sei até quando ela é ‘cega’ ou se só se faz de
desentendida. Mas que Diké me perdoe: Os pecadores são aqueles que pregam lhe
seguir.
Li,
outra vez, a seguinte frase do jurista uruguaio Eduardo Juan Couture: “Teu
dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com
a Justiça, luta pela Justiça”. Sei que podemos fazer a diferença no mundo e
isto me motiva. Sei que conseguiremos tornar este, um mundo mais equânime e
justo. Precisamos correr atrás da Justiça!
(Texto publicado na Coluna Torpedo do Dia, na edição nº 6.903 do Jornal da Cidade, de Poços de Caldas)
(Texto publicado na Coluna Torpedo do Dia, na edição nº 6.903 do Jornal da Cidade, de Poços de Caldas)

 
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