Refugiados Venezuelanos


Por: Lucas Toledo
   
       Costumo falar que, em uma história sobre refugiados, mudam-se as fronteiras, o cenário e os idiomas, mas os problemas são os mesmos pelo mundo. Guerra civil, perseguição política e religiosa ou mesmo crise financeira. Os motivos que levam milhares pessoas por dia a se refugiarem em outros países são diversos, o que vem tornando esta, a maior crise migratória da história.
       O fluxo migratório é, essencialmente, de países do Oriente Médio e da África rumo ao Continente Europeu. Mas o que vem sendo noticiado cada vez mais é o fluxo de refugiados venezuelanos, atravessando as fronteiras da Colômbia e do Brasil. De todos, uma semelhança: Possuem, dentro de si, esperança por dias melhores.

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       Entender o lado deles fará com que nós tenhamos uma postura mais humana. Eles atravessaram fronteiras, seja pela Floresta Amazônica, seja pelo Mar Mediterrâneo, colocando a vida em risco, sem saber se conseguiria chegar, e você ainda acha que eles vieram para nosso país com a intenção de “roubar nossas vagas de emprego”? São pessoas e estão morrendo em seus países e precisam de ajuda. Devemos romper toda e qualquer forma de centrismo presentes em nós, entender que para além das fronteiras internacionais, somos todos humanos, que precisamos de união. O discurso parece demagogo, mas nós somos incapazes de prever o nosso futuro. O que aconteceu no último final de semana em Pacaraima, em Roraima, foi um reflexo de uma crise migratória e que não vem sendo amparada corretamente pelo Governo Federal. A população local atacando um acampamento de venezuelanos refugiados, ateando fogo em alimentos, roupas e documentos, mostra o desequilíbrio vivido.
       Sim, nós, brasileiros, estamos passando por uma crise econômico-político-institucional sem precedentes. Milhões de desempregados, muitos retornando à níveis de extrema pobreza. Mas não devemos olhar para um ser humano como se fosse uma partida de futebol e ele fosse do time adversário.
        Hoje, eu só peço a reflexão: 

O que acontece com eles é um momento atual e não um estado de espírito. Eles não SÃO refugiados. Eles ESTÃO refugiados.




(Coluna Torpedo do Dia, publicada em 21 de Agosto de 2018, na edição nº 6.862 do Jornal da Cidade, de Poços de Caldas)

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