Precisamos falar sobre a Nicarágua



       O que vinha sendo tratado com menos destaque pela grande mídia, acabou se tornando manchete nos últimos dias devido à morte de uma brasileira. A estudante de medicina Rayneia Gabrielle Lima morava num pequeno país da América Central: Nicarágua. E era na capital do país, Manágua, que a jovem pernambucana frequentava os últimos períodos do curso. Tinha o sonho de ser Pediatra, mas foi um sonho interrompido, sob tiros de metralhadora.
      Isto ganhou uma repercussão maior no Brasil, devido à forma violenta com que ceifaram sua vida. E então, vimos e ouvimos sobre o momento difícil que vive o país latino. Mas, afinal, o que está acontecendo?
    Eis o cenário: Um presidente que se recusa a deixar o poder após 12 anos; uma medida questionável de reforma previdenciária; e uma população insatisfeita. Este enredo foi o que fez insurgir uma onda de protestos, desde Abril deste ano. O presidente nicaraguense desde 2006, Daniel Ortega, combateu à ditadura imposta por Anastácio Somoza, na qual o país viveu até o fim dos anos 70. Hoje, Ortega parece seguir os passos do inimigo de outras épocas.
       A repressão aos movimentos oposicionistas que pedem antecipação das eleições, vem através de grupos paramilitares, apoiadores do governo. E fazendo uma análise conjuntural: Ortega liderou um movimento conhecido como Sandinista (nome inspirado no líder revolucionário dos anos 20 e 30, Augusto Sandino), de caráter popular e com princípios sociais-democráticos. Hoje, o movimento se vê manchado com sangue das mais de 440 mortes desde então.
      Rayneia fez a notícia chegar até nós. Do Governo Brasileiro, espera-se medidas diplomáticas, já que possui um status de país mediador de conflitos. Em nós, habitam os sinceros sentimentos de pesar à Família e de solidariedade e luta ao povo da Nicarágua.



(Coluna Torpedo do Dia, publicada em 3 de Agosto de 2018, na edição nº 6.850 do Jornal da Cidade, de Poços de Caldas)

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