Quando e Ondes

Por: César Cardoso


A pátria é o medo com fronteiras; a fronteira é a pior distância entre dois pontos; o ponto é um final circular; o círculo é um triangulo que rodou o mundo; o mundo não é nada mais o resto; o resto é a mais-valia da aritmética; a aritmética não é o que conta; contar é o emprego da palavra; a palavra é um coelho na cartola da língua; a língua é o bumerangue do camaleão; o camaleão é o mostruário da tinta da natureza; a natureza é o cachorro de Deus; o cachorro é um vibrador que abana o rabo; o rabo é o final de todos os bois; o boi é o passado do bife; o bife de hoje é o câncer de amanhã; o câncer é o reencontro da família; a família é a metástase da reprodução; a reprodução é o turismo do espermatozóide; o espermatozóide é a pré-história da saudade; a saudade é a mentira da memória; a memória é a cirurgia plástica do esquecimento; o esquecimento é o band-aid do ódio; o ódio é o mesmo lado da moeda; a moeda é o chocolate do tio Patinhas; o tio Patinhas é a Mona Lisa que tampa o cofre; o cofre é o sexo metálico; o sexo é o automóvel nas curvas; a curva é a mais bela distância entre dois pontos; a distância é bate-boca entre o longe e o perto; e perto é a fronteira sem pátria.




Texto retirado de: http://osmarti.blogspot.com/2009/02/dois-textos-do-cesar-cardoso.html

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