Ontem Tive um Sonho



Por: Lucas Toledo


         Ontem, eu tive um sonho. Talvez fosse ler este texto achando que eu estava inspirado em Martin Luther King, contando das expectativas do nosso futuro. Mas ontem, tive um sonho muito louco.

       Sabe o filme Inception / A Origem (Christopher Nolan, 2010), que o Leonardo DiCaprio fica sonhando e controlando os sonhos e quando vê ele já está sonhando dentro do próprio sonho e fica tudo muito confuso?! Foi assim. Eu sonhei que estava em alguma confraternização com amigos e sem muitos detalhes, olhei para o chão e vi meu celular em pedaços. Acordei! Pensei, aliviado, que aquilo não passava de um sonho. Decidi olhar o horário em meu celular, que havia deixado na mesa de cabeceira. E num complexo de aflição com desespero, fui o encontrar em pedaços, no chão. De todos os relances que passaram pela minha cabeça, eu segui inconformado, que meu celular estava realmente quebrado. Acordei! Era um sonho dentro do sonho. E diferente do DiCaprio, eu mal tinha noção do que era realidade.

       Mas foi assim que pensei que as vezes temos sonhos/desejos tão profundos e tão verdadeiros que nem conseguimos distingui-los. Vivemos tanto ele que dificilmente lembramos de ‘acordar’.

       Ontem queria ter tido um sonho. Um sonho da Seleção Brasileira perdendo para os Belgas. Um sonho que começava comigo assistindo algum noticiário na TV, dizendo que os jogadores da Bélgica são altos. E eu pensava que o Tite deixaria o time todo preparado para os contra-ataques velozes e as jogadas altas. Eu estava aflito, mas ainda sabia que o Brasil seria Hexa. Fui para o bar, com as mãos suadas, coração meio apertado, entende?! Marquei com amigos de ver o jogo num bar da cidade. Vi os meninos brasileiros lutando e buscando o gol com tanta garra. Fazendo aqueles ‘quase-gols’. E um medo de levar um gol de desestabilizar todo o time. Mas Tite ensinou que deveriam ser “Mentalmente Fortes”. Levamos um primeiro gol. Levamos segundo gol. Calma! Falta metade do jogo e e isso faz parte do esporte. Eles voltaram com mais garra ainda, descontaram um gol e ainda faltava outro. O juiz apita e a gente olhava, na TV, o fim do sonho de ganharmos essa Copa.

       Espera aí... Eu falei “sonho”? Acorda, Lucas! Acorda! Você está sonhando, tenho certeza. Vai levantar, colocar sua camisa amarelo-canário e vamos assistir ao jogo e tudo vai dar certo. Lucas, acorda logo! Isto deve ter sido apenas um sonho para refletir que o jogo não está ganho, mas sai desse sonho logo.

       Cara, como queria que fosse um sonho. Porque, sério, pensa comigo: passamos por um trauma de uma humilhação, há 4 anos. Depois, vimos o Brasil jogar mal na Copa América do Chile e a do Centenário. Eram 2 anos que não tínhamos ânimo para ver mais a Seleção. E dai me colocam o Tite, que revoluciona e o Brasil começa a vencer e mostra um Futebol crescente. Aos poucos, era como se estivéssemos enchendo um saquinho de areia de confiança. Grão em Grão. E daí, pronto. Voltamos a sonhar, com a glória de um time em um esporte que mexe com a gente. Mexe com o mundo inteiro.

       Mas, na real, eu não estou tão triste. Perdemos lutando até o final. E o saquinho de área da confiança não foi furado. Se pensarmos: Ganhar é a exceção. E esse não é um pensamento de perdedor e eu nem sou pessimista! Faz parte e vamos continuar assim. Ano que vem teremos Copa América aqui no Brasil. No outro ano, vai rolar uma competição no estilo da Copa América do Centenário (para que a competição passe a ser no mesmo ano da EuroCopa) e sem contar que as Eliminatórias da Copa já vão começar. Continuaremos apoiando a Seleção. 2022 é no Catar e Catar é logo ali, já diriam né.

       E ainda estamos num sonho, Brasilzão.



Fotos: Celso Tavares/G1

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